Câmara Municipal de Pouso Alegre virou um circo. E a população paga caro pela palhaçada

Mais uma vez a sessão da Câmara Municipal de Pouso Alegre foi interrompida após manifestação do público presente. A reunião, nesta terça-feira, 26 de abril, transcorria normalmente até que a platéia decidiu se manifestar com aplausos durante os pronunciamentos dos vereadores Hélio Carlos (PT) e Raphael Prado (DEM), ambos da base do Governo de Agnaldo Perugini.

Mas foi durante o uso da tribuna por Frederico Coutinho (PSB) que o clima esquentou. O vereador falava do programa Poupança Jovem quando começou a ser vaiado pela platéia. E a situação piorou quando ele criticou a prefeitura pelo abandono da obra do posto de saúde do Bairro dos Afonsos. Com gritos de “fora”, o público não permitiu que o vereador desse continuidade ao pronunciamento e apresentação de fotos sobre a situação do posto de saúde do bairro do Cervo.
Desta vez, o presidente da Casa, Moacir Franco (PTB) após pedir, por duas vezes, que não houvesse manifestação, e incitado por Frederico Coutinho, decidiu suspender a sessão. “Se continuar vou suspender a sessão. Não vou pedir pra vocês saírem não. Vou suspender a sessão e vai ficar prejudicada a cidade”. A reunião terminou por volta das 19h sem que todos os vereadores utilizassem a tribuna e sem que nenhum projeto fosse votado.
A situação é realmente lamentável. Não é indo às sessões e aplaudindo o grupo de base do prefeito ou vaiando a oposição que alguns moradores da cidade vão conseguir alguma melhoria para o Município. Ao contrário, isso só atrapalha. É preciso que a população se manifeste, mas sem atrapalhar o andamento dos trabalhos do Legislativo.
Quanto aos vereadores, é preciso mais amadurecimento durante as críticas, pois, se a cada vez que um morador se manifestar contrário, a decisão for suspender a sessão, não apreciando os projetos da pauta, a cidade de Pouso Alegre vai ficar estagnada, enquanto outros Municípios como Varginha e Extrema caminham em constante progresso.

O que se espera dos vereadores são atitudes como as que foram sugeridas pelo vereador Fabrício Machado (PT), que, em um desabafo criticou a forma como foi conduzida uma sessão itinerante no bairro dos Afonsos. “É um absurdo oposição e situação. Precisamos de uma reciclagem do que é a nossa função aqui. A reunião no bairro dos Afonsos virou radar, virou kit escolar. Vocês foram lá para resolver os problemas dos bairros dos Afonsos ou para meter o pau no prefeito? Não tenho o rabo preso. Não vou ser pistolão de político que quer entrar na próxima eleição. É pra pensar, refletir na união do Legislativo, dos 11 vereadores pela cidade. Não existe partido, não existe bairro meu, bairro seu. Existe um compromisso muito além do que ser só vereador”.Ou será que os vereadores preferem continuar agindo como o presidente da Câmara que ao encerrar a sessão disse. “Azar dos projetos do prefeito”, numa citação muito infeliz, pois não devem existir projetos do prefeito ou da Câmara e sim em prol do município.

Fonte:http://www.mgsulnews.com.br/principais-noticias/40-destaques/2988-camara-municipal-de-pouso-alegre-virou-um-circo-e-a-populacao-paga-caro-pela-palhacada.html?ref=pousoalegre.net